sábado, 24 de outubro de 2009

O que é ideologia?

Ideologia é “um conjunto de inverdades difundidas através de idéias falsas, símbolos, preconceitos, propagandas e “slogans” para neutralizar e dominar aqueles que historicamente pertencem à classe dos dominados, sem que eles se percebam como sendo dominados.
Você já percebeu que, quando uma notícia que relata alguma crise social ou política é apresentada – por exemplo, uma greve -, em seguida se apresenta uma outra notícia que tenha um tom de espetacular, de curioso, de fantástico? Isso acontece para desviar a atenção das pessoas e para que elas pensem que é tudo natural. A ideologia trabalha para esconder as diferenças sociais, passando uma imagem de que todos somos iguais. No máximo ela admite que há uma divisão (é evidente, que é impossível negá-la) porque : “o indivíduo é pobre porque quer”, “quem não estuda não progride na vida”, “os pobres são pobres porque querem”, “a pobreza é abençoada por Deus”. A ideologia é um fator de estabilização social.

A ideologia nos meios de comunicação

Os meios de comunicação são na atualidade um dos maiores veículos de transmissão e imposição da ideologia dominante: em cores, ao vivo e com som! São várias as formas usadas pelos meios de comunicação para impor a ideologia dominante (burguesa e capitalista). Vejamos algumas:
a) a ideologia do consumismo: o capitalismo tem o poder de transformar tudo em mercadoria: o “dia das mães”, “dos namorados”, “das crianças”, etc. A cada festa, mais lucro para o capitalista... mais pobreza, porém, para a consciência de boa parte dos consumidores, que já perdeu a capacidade de tomar uma atitude de crítica diante do fato de dar e receber presentes. O importante é ter e não ser. O amor e a amizade são traduzidos pelo ter, pelo possuir, pelo presentear, muitas vezes esquecendo o verdadeiro significado do amor e da amizade. Seguindo a ideologia do consumismo quantas pessoas compram coisas que nunca irão usar. Compram porque foram induzidas, forçadas pela propaganda. Muitas vezes a propaganda amortece a capacidade crítica do indivíduo, transformando-o num robô consumista. Quantas propagandas são enganosas porque não dizem realmente a verdade sobre o produto apresentado. Outras são imorais – não porque apelam para o nu – mas porque apelam para a mentira, para a chantagem emocional, para a destruição dos valores morais ou sociais;
b) a ideologia da moda – também uma característica do capitalismo, que, precisando a cada instante do lucro, busca na moda uma imposição dos seus padrões. A moda do verão, do inverno, do natal, da praia, do esporte...e assim, explora-se duplamente o trabalhador: pagando-lhe um salário de miséria e sugando-lhe este pouco salário através do consumismo e da moda.
c) a ideologia imperialista: isto é, a ideologia das multinacionais e das nações ricas, manifesta e expressa nos “enlatados” (filmes) e “shows fantásticos” que mostram o modo de vida das nações ditas desenvolvidas. É como que uma ordem que diz: “Oh! Lá eles fazem assim. Isso é o moderno. Esse é o padrão de um povo desenvolvido...precisamos chegar lá!
d) a ideologia da segregação – que se manifesta no racismo, na condição de inferioridade da mulher ou do pobre e, por conseguinte, na exaltação da riqueza, da força do homem, no elogio ao esperto, na superioridade do homem estudado, etc. Observe como são os cenários das novelas: que belos apartamentos, que belas salas, que ricas modas. Mesmo os pobres nas novelas têm carro, vivem em casas onde os móveis têm um padrão de classe média, sem fome e copos de estrato de tomate. Não se explica de onde vem o dinheiro e tudo parece perfeito, com homens engravatados e mulheres maquiladas. No fundo, a ideologia faz com que o trabalhador, que produz quase tudo que aparece na TV e que não pode possuir bens, se console em ver tudo isso...e, se possível, em cores!

Bibliografia: SOUZA, Ari Herculano. A ideologia. Editora do Brasil, 1989.

3 comentários:

  1. gostei mostra o obvio e o que todo mundo fecha os olhos para não querer ver.

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  2. Muitos para sua exaltação, procuram passar a informação nos seus padrões mais elevados, chegando a 'encher linguiça' com tantos 'blá blá blá' dificultando a interpretação da pobre alma que não pertence a esses padrões.Doravante, este, é 'curto e grosso', simples, mas que traduz em suas entre-linhas conhecimento de fácil apego sobre o tema.Oras, como hei de explicar oralmente um texto formal se não o falo do jeito que eu leio? Do mesmo modo que aqui leio, assim hei de falar. Parabéns, continue assim!

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